domingo, 11 de julho de 2010

Relatos do primeiro Diretor da Escola Alice Barbosa Pacheco



O início da construção e fundação é relatado pelo ex-Diretor José Carlos dos Reis conta como foi sua chegada no estado de Mato Grosso:
Era o ano de 1987, saí de Brasilia para visitar meus tios em Cuiabá e no dia seguinte conheci a Agrovila e recebi o convite para organização da escola, pois precisava de um professor com diploma para que fosse aprovado os papéis e legalizada a escola.Visitei o lugar, junto ao Projeto Rondon de um trabalho feito na Agrovila João Ponce de Arruda, ajudando a cadastrar crianças que vinham ser vacinadas e examinadas pelas enfermeiras dos projeto, isto me ajudaria depois na localização de pais e alunos nas suas propriedade rurais.Comecei a trabalhar em julho de 87 e nem sabia quanto iria ganhar , mas acreditei na comunidade e o valor do trabalho, recebi meu salário depois de seis meses trabalhando.A escola foi legalizada e gerou emprego pra muitas famílias. Graças ao bom Deus e o esforço de todos nós, que mesmo sem energia elétrica ministramos as aulas com muito carinho.( com lampião a gás )
O lugar a princípio era um pouco desolado, mas a vontade de começar algo que acreditava pudesse ser benefício para tantas crianças, somando aquela vontade imensa, que temos ao terminar os estudos, cheio de entusiasmo em por em pratica os ensinamentos de tantos anos, implusionava a irmos à luta.
Somavamos quatro professores, formados em faculdade, aptos a trabalhar as discipinas necessárias ao currículo escolar.A escola estava lá precisando de reforma, o telhado tinha que ser reposto e o número de alunos ainda era insuficiente para que a escola pudesse funcionar.


Então professores e pais de alunos interessados no funcionamento da escola, puseram-se a caminho tendo como transporte particular, uma perua velha e como combustível era gás de cozinha, íamos bater de porta em porta nas propriedades vizinhas em busca de crianças em idade escolar, e muitas já passavam da idade de irem à escola e ainda não estavam alfabetizados ou haviam abandonado os estudos antes de concluí-lo.
Tínhamos que conseguir no mínimo 100 alunos, para que a escola fosse reconhecida junto a de Chapada dos Guimarães. Neste tempo estava surgindo a cidade de Campo Verde. Tivemos de decidir se a escola seria estadual ou municipal. E pra não pertencer a Chapada dos Guimarães, preferimos que a escola fosse estadual, pois Campo Verde nem exitia como cidade.
Muitas dificuldades, uma papelada e muita burocracia para legalizar esta escola, falta de energia, telefone, transporte que nos primeiros anos foram difíceis. E tudo era resolvido em Cuiabá.
E realmente, uma centena de crianças e depois dezenas de adultos sem alfabetização foram localizados, eles precisavam que a escola viesse a ser uma realidade na Agrovila.
A ajuda veio da prefeitura da cidade Chapada dos Guimarães e em forma da merenda escolar, que foi forte aliado dos professores que estavam sem salário e nem sabiam o quanto iriam receber, pois traziam os alunos à escola que recebiam farta alimentação, os quais deixavam seus pais despreocupados, visto que os mesmos empreendiam grande caminhada diária até a escola.
A escola veio a ser realidade e pude participar de um bom trabalho juntos a pessoas preparadas e competentes, formávamos um bom corpo docente. Sei que aquele empreendimento feito por jovens recém formados, e seus sonhos de trabalho, foi de grande valia a esta comunidade e acredito que semente bem plantada da árvore forte com certeza virão.

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